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sábado, 5 de outubro de 2013

A importância do ferro na alimentação dos bebês


Para bebês que tomam fórmula (LA) isso não chega a ser problema. Acho que todas elas são enriquecidas com ferro, ao menos a que minha bebê toma é. Mas para os bebês alimentados exclusivamente no peito, quando se inicia a alimentação sólida, a coisa complica um pouco.

É meio chocante, não é? Afinal, o leite materno não é o alimento perfeito? Sim e não.

"Bebês amamentados precisam começar a comer alimentos sólidos de alta qualidade em torno de 6 meses, idealmente, continuando a amamentar, porque certos nutrientes (incluindo ferro, zinco e vitamina D) estão presentes em baixas concentrações no leite materno. A composição de nutrientes do leite materno é ideal para os lactentes mais jovens (menos de 6 meses) mas, em crianças mais velhas, o leite materno já não é mais a comida perfeita. É uma parte importante de uma dieta mais complexa, juntamente com alimentos complementares.

Aqui está um breve resumo sobre ferro na nutrição infantil:

A maioria dos bebês nascem com reservas de ferro suficientes para satisfazer suas necessidades nos primeiros 6 meses de vida. [Comentário meu: inclusive se a mãe estiver anêmica durante a gravidez, que foi o meu caso. O bebê fica com todo ferro e a mãe fica quase sem nada].

O leite materno contém muito pouco ferro (~ 0,35 mg / litro) . O Instituto de Medicina (dos Estados Unidos) recomenda que crianças de 6-12 meses de idade ingiram 11 mg de ferro por dia . Nesta idade, os estoques de ferro da maioria dos bebês foram esgotados, de modo que este ferro tem de vir de alimentos complementares, além do leite materno ou  fórmula. Se você tentar cumprir a exigência de ferro do seu bebê com leite materno por si só, ele teria que consumir entre 4 e 13 litros de leite materno por dia, dependendo da eficiência do seu bebê da absorção de ferro do leite materno (as estimativas variam de absorção de 15-50% ) . A maioria dos bebês amamentados exclusivamente não consomem muito mais do que 1 litro de leite por dia.

A deficiência de ferro durante a infância aumenta o risco de déficits cognitivos , motores e comportamentais que podem durar até a adolescência, mesmo com suplementação de ferro. Déficits específicos que foram identificados incluem o desenvolvimento motor prejudicado aos 18 meses, retardo mental em 10 anos, o aumento da necessidade de repetir um ano na escola, e aumento dos problemas de comportamento e atenção. Quando ouço os pais dizem que eles recusaram o teste de anemia no check-up de 9 ou 12 meses do seu bebê, eu só posso pensar que eles não sabem o quão grave a deficiência de ferro pode ser para o futuro do seu filho.

Bebês que são amamentados exclusivamente além de 6 meses de idade estão em maior risco de deficiência de ferro [5-7] do que aqueles alimentados com fórmula fortificada com ferro. Isto não deve ser tomado como uma deficiência de leite materno, mas sim como um indicador de que é importante e natural para bebês para começar a consumir alimentos sólidos quando completam 6 meses". (Trecho adaptado daqui).

E quais são boas fontes de ferro para os bebês? Carne de gado ou frango, espinafre, couve, lentilha, ervilhas, cereais fortificados como farinha de aveia ou farinha de arroz para misturar nas papinhas, beterraba, gema de ovo, peixe, todos os tipos de feijão.

Procuro sempre seguir essas recomendações aqui (clique na imagem abaixo para ver maior), que vi numa matéria da Folha de São Paulo (obrigada Adri!) sobre as papinhas industrializadas. Não vou dizer que sou totalmente contra, porque uma hora elas quebram um galho, mas tenho sérias restrições a essas papinhas (porque, além de tudo, são caras!) e prefiro fazer tudo em casa.


Em geral eu faço sopa com carne, cebola, alho, algum outro tempero, e arroz, espinafre, couve, moranga (abóbora), cenoura e batata. Passo a carne e as folhas verdes no liquificador e o restante eu amasso com o garfo, fica com uma consistência de purê com alguns pedacinhos pequeninhos. Não uso sal. Eu congelo em pequenas porções e, na hora de servir, adiciono uma colher de farinha de aveia e outra de azeite de oliva virgem (a mesma colher que eu uso para alimentar minha noobaby, que é uma pequena da Fischer & Price que eu comprei baratinho na farmácia).

Azeite de oliva? Sim, azeites e óleos são muito importantes porque contêm ômega 3, 6 ou 9, e outros tipos de nutrientes muito importantes para o desenvolvimento do cérebro. 

Procuro variar as comidinhas, faço maçã picada e cozida com pedaços de figo em passa e canela, pêra cozida com damasco em passa, maçã e ameixa cozidas, e dou frutas frescas como banana, abacate, manga e melão. Também faço purê de frango com cenoura e batata misturado com creme de ervilha, ou feijão com farinha de aveia e gema de ovo.

Meu próximo desafio é fazer a pequena experimentar um macarrão a bolonhesa, achei uma receita bem legal aqui e quero ver se faço nos próximos dias. Depois eu conto se a bebeca aprovou.

2 comentários:

  1. Essas papinhas de frutas daria até pra servir como sobremesa. "Pena" que a noob baby é boa de garfo, aliás, colher, aí não sobra pra gente.

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